Por Ana Soares
Graciosa como o quê, a cozinha trivial brasileira, ou a cozinha do dia a dia, por incrível que pareça, tem unanimidade nacional no que tange ao improviso, à criatividade, ao uso da horta ou do pomar, do quintal, atravessa a sala e se instala na varanda, “botecos” de rua simples, acolhedores com a personalidade da família, fazendo e servindo à moda da casa.
Cozinha favorita, a “baixa gastronomia” é perfumosa, saborosa, preciosa e simples. Tem suas técnicas nos jeitos de ser e fazer e preservar, usa e abusa dos costumes locais e irreverente com a tradição e o sabor, evolui para o futuro ousando por cima das carências e intempéries.
Um fazer da hora, do minuto, abafado, refogado, chiado, chamuscado, bendito seja o pão nosso de cada dia, picadinho.
No hino nacional nosso arroz com feijão… E se tiver na cozinha um pastelzinho ou mandioca frita, então…
Eu sou de Guararapes, perto de Araçatuba, interior de São Paulo na direção do Mato Grosso. Meu pai me ensinou a comer de tudo, nas nossas viagens de trem, de jeep, de trator, de avião, no lombo do burro, de barco por esse mundão de Brasil afora.
Nascida em Guararapes, interior de São Paulo, em uma família de mulheres que eram exímias cozinheiras, Ana Soares se formou em arquitetura e demorou um pouco para se dedicar à gastronomia. Precisou morar em Paris para que a culinária realmente a conquistasse. À frente do Mesa III Gastronomia, assina o menu de diversos restaurantes, bares e cafés de São Paulo. No Nordeste Bahia Gourmet, Ana Soares apresentará o workshop “Massas Reachadas, no dia 19 de novembro, às 19h30, e a aula “Receitas testadas e aprovadas de buteco”, no dia 20 de novembro, às 16h.